O que é?
Também chamada de lumbago, esse quadro se caracteriza pela dor na região lombar, que se localiza abaixo da margem das últimas costelas e acima das linhas glúteas inferiores. Geralmente essa condição não está relacionada com problemas sérios. No entanto, suas causas podem ser complexas.
Esse quadro apresenta grande prevalência na população brasileira e nota-se exponencial crescimento em indivíduos com 40 a 50 anos.
CLASSIFICAÇÃO
Essa condição pode receber algumas classificações diferentes dependendo dos parâmetros utilizados para subdivisão. Uma das mais utilizadas se baseia na duração como método de divisão:
– Lombalgia aguda (menos de 6 semanas);
– Subaguda (6 a 12 semanas);
– Crônica (mais de 12 semanas).
Pode ainda ser classificada com relação a características e etiologias:
– Mecânicas;
– Degenerativas;
– Inflamatórias;
– Metabólicas;
– Infecciosas;
– Miofasciais;
– Neoplásicas;
– Psíquicas.
PRINCIPAIS CAUSAS DA LOMBALGIA
A lombalgia pode se originar por diversos motivos, dentre eles, os principais são:
Hérnia discal
A hérnia de disco é uma condição que pode afetar a coluna lombar inferior, principalmente em indivíduos de 25 a 55 anos. Sua prevalência vem aumentando nos últimos tempos e observa-se maior acometimento em homens.
Na coluna vertebral temos o disco intervertebral. Este serve para amortecer e absorver os impactos mecânicos sofridos pela coluna. Ele é composto de tecido fibrocartilaginoso com núcleo pulposo (gelatinoso).
A hérnia surge quando esse tecido fibrocartilaginoso sofre fissuras permitindo que o conteúdo gelatinoso se infiltre, acometendo as raízes nervosas espinais de diferentes formas e graus.
Uma característica da dor é que ela se propaga da lombar e das nádegas para os membros inferiores.
A hérnia de disco é a causa mais comum desse mecanismo de dor, enquanto o processo fisiopatológico mais comum é a inflamação do nervo afetado e não a sua compressão.
Síndrome facetária
Este quadro tem grande prevalência na população e configura-se pela inflamação e inchaço das articulações das juntas localizadas entre as vértebras (articulações zigoapofisárias).
Os pacientes com essa síndrome relatam lombalgia com ou sem propagação para os membros inferiores. A dor lombar tende a ser descentralizada e aumenta com hiperextensão, rotação, flexão lateral e descidas. Os pacientes com frequência se queixam de rigidez lombar, que é tipicamente mais evidente ao sair da cama pela manhã.
Estenose de canal lombar
Entende-se por esta condição o estreitamento progressivo do canal medular central e dos recessos laterais, gerando consequente compressão das estruturas neurovasculares locais.
Essa doença está diretamente ligada ao envelhecimento, uma vez que nessa fase da vida é natural que o disco intervertebral perca sua característica viscoelástica, podendo ocorrer lacerações no ânulo fibroso, fragmentação do núcleo pulposo e, consequentemente, perda da altura discal.
Esta condição pode ser assintomática em muitos pacientes, entretanto, pode ocorrer a manifestação de sintomas como:
– Dor lombar na linha média e radiculopatia com fraqueza motora;
– Parestesia;
– Comprometimento dos nervos sensoriais.
A depender do tipo de estenose de canal lombar, as queixas podem variar. No tipo central podem ser relatados compressão medular ou de toda a cauda equina. Já na estenose de recesso lateral, os sintomas são geralmente encontrados de forma dermatoal.
Dor discogênica
Esta condição ocorre na ausência de deformidade ou de instabilidade da coluna vertebral, é um quadro clínico multifatorial complexo caracterizado por lombalgia, com ou sem a concomitância de sintomas radiculares nos membros inferiores.
A progressão dessa condição ocasiona manifestações adicionais decorrentes, como:
– Perda da altura do disco e consequente artrose da faceta articular;
– Aparecimento de novas hérnias de disco causadoras de dor radicular;
– Alterações hipertróficas que resultem em estenose da coluna vertebral.
Fratura vertebral por osteoporose
A fratura de coluna vertebral é a manifestação mais comum e precoce da osteoporose em mulheres com idade superior a 45 anos. A dor resultante desta condição costuma ser aguda, intensa e limitante, com piora importante à palpação do processo espinhoso da vértebra afetada.
Esta dor pode apresentar caráter crônico de acordo com a gravidade, o mecanismo ou a posição da fratura em questão.
As fraturas vertebrais também podem ocasionar:
– Hipercifose;
– Redução da altura;
– Limitação de movimento.
Espondiloartrite axial
As espondiloartrites são um conjunto de doenças inflamatórias crônicas que afetam principalmente o esqueleto axial em jovens, com pico dos 20 aos 40 anos. Eventualmente são diagnosticadas equivocadamente como dor lombar não específica.
As apresentações clínicas desse quadro incluem rigidez matinal, principalmente referida em região lombar e transição toracolombar
Neoplasias
Dorsalgia e lombalgia são sintomas comuns em indivíduos com câncer metastático, que entendem por tumores com capacidade de formação de uma nova lesão tumoral a partir do tumor já existente.
Os dados apontam que as metástases vertebrais ocorrem em 3 a 5% das pessoas com câncer, e 97% das tumorações em coluna vertebral são doenças metastáticas. Vale ressaltar que a malignidade do tumor é uma causa incomum de dor lombar.
Os tumores sólidos com maiores índices de metástases vertebrais são os adenocarcinomas, como:
– Câncer de mama;
– Pulmão;
– Próstata;
– Tireoide;
– Gastrintestinal.
Infecções
Outra condição que se destaca entre as principais causas da lombalgia, são as infecções. Dentre elas podemos citar:
– Espondilodiscite;
– Osteomielite vertebral;
– Abscesso epidural;
– Infecção articular facetária.
Como discorrido, a lombalgia pode surgir a partir de diferentes causas, podendo ser grave ou não. Evidenciando assim, a necessidade de avaliação de um médico especialista.