O que é?

A fibromialgia é entendida como uma síndrome clínica que acomete todo o corpo com dores, principalmente em musculatura. Entretanto, esta não é a única alteração promovida pelo quadro. Também são relatados:

– Fadiga;

– Sono não reparador;

– Alteração de memória e atenção;

– Depressão;

– Alterações intestinais.

Estima-se que cerca de  5% da população brasileira seja acometida por esse quadro ao longo da vida. Assim, configura-se como a segunda doença reumática mais comum depois da osteoartrite.

Nota-se tropismo pelo sexo feminino e as manifestações decorrentes da doença podem se apresentar entre 25 e 65 anos. A maior parte dos pacientes são idosos, porém, pode acometer também crianças e adolescentes.

A história familiar da doença pode ser considerada um fator de risco, principalmente em casos de parentes de primeiro grau. Assim como pacientes portadores de doenças crônicas.

SINAIS E SINTOMAS

Dor

O principal sintoma relatado é a dor, que assume caráter crônico e variável. Quando questionados, os pacientes indicam que a dor se localiza em regiões como músculos, ligamentos, bursas e tendões.

Alguns relatam que a dor se agrava em períodos de estresse emocional, esforço físico e frio.

Pontos dolorosos

Esse sintoma é bem comum, e se entende pela sensibilidade de certas áreas ao toque. Esta resposta dolorosa pode ter intensidades diferentes e manifesta-se a uma pressão equivalente à digitopressão.

Fadiga

A fadiga é outro sintoma frequentemente relatado. Diante desta condição as atividades do dia a dia  podem ser comprometidas por se tornarem mais difíceis de serem executadas.

Transtorno de humor

É comum que alguns pacientes apresentem transtornos de humor. Os mais relatados são:

– Depressão;

– Ansiedade;

– Transtorno obsessivo-compulsivo;

– Síndrome do pânico.

 A fibromialgia ainda pode relacionar-se a sintomas satélites, como:

– Síndrome da fadiga crônica;

– Síndrome do cólon irritável;

– Cistite intersticial;

– Cefaleia;

– Disfunção da articulação temporomandibular;

– Síndrome das pernas inquietas.

Essa doença ainda pode estar associada a sensações de parestesias e edemas, entretanto, estes sintomas não se relacionam aos processos inflamatórios. Outras condições podem ser relatadas pelos pacientes, como:

– Raynaud;

– Boca seca;

– Tonturas.

DIAGNÓSTICO

Exames laboratoriais

Os exames são importantes para descartar outras doenças, como neoplasias, infecções e doença de grave.

Alguns dos exames solicitados para confirmar o diagnóstico final, incluem:

– Exames de hormônio tireóide estimulante (TSH);

– Tiroxina-t4 livre (T4 livre);

– Cálcio;

– Fósforo;

– Paratormônio (PTH);

– Vitamina D-25OH;

– Creatinofosfoquinase (CPK);

– Aldolase;

– Eletroforese de proteínas séricas;

– Sorologias virais;

– Proteína C reativa (PCR);

– Velocidade de hemossedimentação (VHS).

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial é um método sistemático usado na identificação da doença, ele se baseia na capacidade do médico, com seus conhecimentos e experiência clínica, diferenciar o que possivelmente pode ser um diagnóstico, do que realmente é.

Esta técnica deve ser aplicada sobre todas as doenças que desenvolvam dor difusa, como:

– Hipotireoidismo;

– Hiperparatireoidismo;

– Osteomalácia;

– Miopatias;

– Mieloma múltiplo;

– Infecções virais;

– Síndromes paraneoplásicas;

– Doenças autoimunes;

– Síndrome da fadiga crônica e miofascial.

TRATAMENTO

Não medicamentoso

O tratamento envolve algumas mudanças no estilo de vida, como por exemplo, adotar a prática diária de exercícios físicos, visto que este atua em diferentes mecanismos de controle da dor.

A prática de exercício físico pode ajudar no controle de outros sintomas, como na melhora do humor, do sono e ainda melhora a qualidade de vida. No começo, a dor pode ser ressaltada devido ao próprio processo do exercício, entretanto, não deve ser desencorajada.

É recomendado tanto exercícios aeróbicos como exercícios de fortalecimento muscular, assim como alongamento. Os benefícios desta prática devem aparecer em torno de 16 a 20 semanas.

É importante que seja considerado acompanhamento com psicólogo, a fim de contribuir na melhora de sintomas como depressão e ansiedade, através de psicoterapia ou terapia cognitivo-comportamental.

O acompanhamento com psiquiatra também pode ser necessário em alguns casos de pacientes com depressão, ansiedade ou catastrofismo.

Medicamentoso

A terapêutica medicamentosa é bastante comum e pode incluir medicamentos como, antidepressivos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Anticonvulsivantes agonistas do GABA.

Assim como outros fármacos que vão atuar no controle da dor e na indução do sono. Entretanto todo medicamento usado na terapêutica deve ser prescrito pelo seu médico.

Vale ressaltar que o acompanhamento com especialista nesses casos é imprescindível.  

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